sexta-feira, 16 de julho de 2010

Eu, por mim mesmo...


Sou servidor público, trabalho há 13 anos em uma Companhia de Economia Mista no estado Pará, meu nome artístico é Sr. SL, meu nome verdadeiro será mantido em sigilo profissional, mas como bom corno assumido que sou e presidente da Associação dos Cornos Assumidos e Anônimos do Estado do Pará, nasci e foi criado em Belém, morei em Belém até meus 25 anos onde obtive meus primeiros contatos com a arte de se tornar um corno consciente, atualmente, moro em Vila dos Cabanos - Barcarena/Pa.

Levei chifre da primeira mulher por sete anos consecutivos. “Agüentei porque era uma mulher linda e gostosa. Descobri que mulher bonita é igual melancia grande, ninguém consegue comer sozinho”. Passei um tempo sofrendo, sem acreditar no que acontecia - característica de um corno ateu. “Passei mais de dois ano f...de saudade da danada, querendo que ela voltasse e sentindo uma dor de corno dessas que dói até na alma”.

Depois dessa primeira experiência, assumi a condição de corno, e fui esquisar o assunto. Descobri que chifre nunca foi um problema. Cheguei a conclusão que tudo não passava de uma simples terminologia do universo da traição conjugal. Aprendi, também que: “Chifre é coisa pra ra homem, e que boi usa de enxerido”, temos que concordar que a fidelidade no casamento tem que ser facultativa. “A mulher moderna, desse novo milênio, tem um lema em relação a chifre: botou, levou”, e “Mulher não trai, mulher se vinga”.

Fiz muita investigação, interando-me bastante sobre o assunto. Descobri outras pessoas na minha mesma situação, então, resolvi, juntamente com alguns amigos, fundar a ACAAPA - Associação dos Cornos Assumidos e Anônimos do Estado do Pará. Se todos os cornos resolvessem aderir à associação, poderemos nos configurar como a maior categoria organizada em funcionamento.

Para registrar esse folclore do chifre, Fábio escreveu um livro onde juntou toda uma literatura sobre o assunto. Intitulado “Sabendo usar... chifre não é problema”, o livro traz os mais diversos tipos de corno, piadas de corno, poesias, provérbios, casos verídicos de traição, entre outras cornagens.

Numa entrevista exclusiva ao jornal O Mossoroense, Ojuara avisa ao leitor: “O ministério dos Cornos adverte: ao terminar de ler esta entrevista, se não desaparecer os sintomas do seu chifre, procure imediatamente um psicanalista. Seu caso é patológico e perigoso”. Como surgiu a idéia de criar a Associação dos Cornos Potiguares? Vi que o número de cornos era grande no Estado e além do mais, há associações de prostitutas, de empregadas domésticas, de gays, enfim, de tudo no mundo há alguma associação. Então, pensei: “corno também é gente” e resolvi cria a nossa associação que vem aumentando o número de filiados a cada dia.

Quantos Associados tem a ACAAPA?

É difícil dizer isso com exatidão. No início, eu ainda controlei o cadastro, mas agora perdi as contas. Todo mundo quando me encontra na rua diz que quer entra na Associação dos Cornos Assumidos e Anônimos do Estado do Pará e possuir uma CARTEIRINHA de corno oficial. Contei até 350 associados, depois, perdi a conta. Agora, estou empenhado para organizar toda a papelada, transformando a ACAAPA em uma associação de utilidade pública com sede, estatuto e tudo mais. É necessário que o corno colabore também com uma entidade que pertence a ele mesmo.

JUSTIFICATIVA PARA A CRIAÇÃO DE UMA ASSOCIAÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA que crie condições que dá apoio psicológico e jurídico aos cornos?

Unidos, os cornos têm condições de pagar um advogado para que a mulher não tome tudo dele. Mesmo levando chifres, o corno pode manter parte do seu patrimônio. O Ministério Público oferece um advogado ao corno, mas tudo fica mais lento. Agora, eu mesmo dou conselhos aos cornos, fazendo um trabalho psicológico, falando sobre minha experiência e mostrando que chifre não é nada de mais. Nossa associação também que criar uma creche para aqueles cornos que são deixados com uma ruma de crianças, enquanto a mulher foge com o pé de pano.

Que tipo de corno serão membros da ACCAPA?

É o melhor corno do Brasil, o mais consciente. Em todo lugar do mundo há cornos de todos os tipos. Vejo relatos que chegam, diariamente, no e-mail ou no blog da associação de muitos casos de homicídios na grande Belém ou no interior do estado, onde o corno mata a mulher no meio do desespero. Em um dos maiores bairros daqui da capital já houve casos de suicídio porque o coitado do corno não agüentou a pressão na cabeça. Hoje, o corno ACAAPEANO é um “corno light”, que conversa abertamente sobre seu problema, convive com a mulher, mesmo sabendo que está levando chifres. Em andei pesquisando em delegacias da cidade e o índice de crimes passionais praticados por cornos de nossa associação é quase zero por cento.

Quem pode fazer parte da ACAAPA?

Ser corno é imprescindível mas, o simpatizante, aquele que gosta do assunto, mesmo sem ser corno (o ateu), pode participar da nossa confraria. Alguns têm curiosidade para saber a reação de um corno quando está levando chifres. Outros preferem ouvir as conversas entre os associados para saber a resenha das últimas novidades na cidade. Afinal, chifre sempre despertou a curiosidade alheia. Como você se sentiu na primeira vez que levou chifres?

Eu passei quase um ano chorando feito um menino novo, com saudades e uma dor no peito que não se acabava. Quando conto a história, muita gente não acredita. Um dia, cheguei em casa às nove da noite, cansado do trabalho, doido pra tomar um banho, dá um cheiro no mulher e dormir. Mas, logo escutei um barulho e fui olhar devagarzinho. Vi o cabra fungado em cima da mulher. Na mesma hora, deu um nó na goela, fiquei sem saber o que fazer, mas não fiz nada. Eles não me viram. Ela nunca falou em me deixar, mas continuava se encontrando com o vizinho. Nessa época, eu não estava preparado para ser corno e sofri uma barra pesada muito grande até me acostumar.

E quando o lambe-sal passa a gostar de levar chifres, como fica a situação?
Depois que o corno alcança certa experiência no assunto e descobre que chifre não é nada de mais, ele vive feliz com qualquer mulher. Atualmente, vivo com uma mulher que não quer botar chifres em mim. Ela diz que quer ser diferente das outras mulheres. E o pior é que eu acredito nela.

Mas, isso não descaracteriza um pré-requisito básico para se tornar membro da ACAAPA?
Corno, uma vez. Sempre corno! Eu já levei muito chifre antes e, lembre: não existe um ex-corno. O cabra quando é corno, vai ser corno pelo resto da vida. É um sentimento que fica enraizado feito uma cicatriz na memória, ou melhor, na testa.

Como surgiu a idéia da criação da ACAAPA?

Em uma dessas reuniões de amigos, hora de folga, papo vai, papo vem, daí resolvemos colocar a conversa em dia. Depois de alguns minutos tínhamos material suficiente para fazer até um livro, estava trabalhando no meio de um pasto, havia ali uma boiada, todos os tipos de chifrudos e não sabia, chifrudos com problemas iguais aos meus. Compilamos todas as experiências, juntei à minha experiência de corno e pronto.
Aqui você vai encontrar material de apoio à todo corno que ainda não sabe como lidar com uma situação dessas.

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